Bengalins

15-Fev-2006

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 Este pássaro de aparência discreta, mas cuja eficiência se processa de outra forma. Sem ele, muitas espécies praticamente não existiriam em cativeiro e por uma razão muito especial: ele é doído por sua prole. E não apenas pelos seus filhotes, mas também pelos de outros pássaros da mesma família, que ele cria sem o menor preconceito. Foramesses dotes de "pai adoptivo" que lhe valeram a consideração dos criadores não apenas no Brasil, como em todo do mundo.

 Afinal, Bengalin  é pai e mãe para toda hora. Originário da Ásia, este pássaro é membro da família dos Estrildinos e, ao contrário de muitas aves, surgiu graças à intervenção do homem. O Bengalin é resultado de uma selecção de criadores japoneses a partir da espécie silvestre Lonchura striata - raríssima hoje em dia.

Com aproximadamente 11cm de tamanho, ele habitava as regiões da Índia, China Meridional, Taiwan, sendo encontrado desde o Sul até Sumatra. Através da seleção, o Lonchura striata ganhou sua variedade doméstica, o Bengalin. O nome brasileiro deriva de designação francesa, Moineau du Japon (Pardal do Japão), mas há quem o conheça também por Capuchino do Japão. Na Inglaterra, o nome é Bengalese. Seja qual for a denominação, porém, o indivíduo em questão é o mesmo: um passarinho com ares humildes e coloração discreta, que vai do preto ao branco, passando pelo marrom e canela. As cores podem mesclar-se em formar um padrão uniforme ou absoluto; portanto, existem Bengalins  totalmente brancos, como outros branco e canela e até tricolores.


         Em ninho de
Bengalin sempre há lugar para filhotes - seus e de outros pássaros da família dos Estrildinos. Diamante Gold, Diamante Sparrow e Bavette, por exemplo, são espécies que por uma razão ou outra acabam não se reproduzindo em cativeiro. Quando muito, a maioria chega a botar ovos que estariam perdidos, não fosse a eficiência do nosso amigo. Amigável, o Bengalin deixa bem claro que a coisa mais importante em sua vida é a reprodução. É uma espécie terrivelmente prolífera, bem no estilo "família de coelho ou rato", que procria o ano inteiro - fazendo uma pausa apenas na época de muda de penas, que ocorre em geral no período de fevereiro a maio. Essa é uma das razões pelas quais os criadores de aves exóticas não abrem mão de seus Bengalins, tão importantes na hora de cumprir o ciclo da reprodução. Para começar a criação, o primeiro passo é separar os casais. Como o Bengalin não apresenta dimorfismo sexual (diferenças físicas entre macho e fêmea), o ideal é deixar vários exemplares adultos     ( com 4 ou 5 meses) juntos em uma gaiola comunitária.


         O primeiro que começar a cantar, emitindo um trinado curto - algo como tch-thc-tch abrindo levemente as asas e eriçando as penas da garganta e peito, provavelmente é um macho e deve ser posto numa gaiola à parte. Para diferenciá-lo, o criador pode usar um anel de metal preso a uma das patas ou identificá-lo pelas marcações coloridas. A partir daí, introduza um a um os outros exemplares, deixando que se ambientem por uns 20 minutos ou meia hora. Os que começarem a cantar, a exemplo do macho separado, também são machos. Os que permanecerem quietos são as fêmeas. O método, infelizmente, não é cem por cento garantido, pois o
Bengalin pode parear homossexualmente: dois machos chegam a construir um ninho e chocar os ovos de outros pássaros que forem colocados lá.
         

Alguns criadores afirmam que não é raro vários casais resolvem dormir num mesmo ninho (devido a sua queda por viver em bandos), podendo escolher um onde já existem filhotes. Nesse caso, ainda que involuntariamente, podem acabar sufocando a ninhada ou quebrando ovos. Para evitar isso, aconselha-se colocar dois ou três casais deBengalin junto a outros casais de espécies diferentes, controlando assim sua população. É bom lembrar que essa prática também pode ocorrer em outro problema: sendo uma ave com tanta facilidade para cruzar, pode acontecer de um Bengalin acasalar-se com um membro de espécie diferente, gerando filhotes híbridos. Isso aconteceria, por exemplo, com um Diamante Sparrow, gerando "pimpolhos" até muito bonitos.

Extremamente adaptável ao cativeiro, o Bengalin procria até em gaiolas pequenas (40 x30 x 30 cm). Basta então introduzir um ninho, que é uma caixa de madeira (cerca de 15 x 10 x 10 cm) com um furo na frente. Se o criador quiser, pode ajudar o feliz casal deixando à mão pedaços de 20 a 25cm de capim barba-de-bode - com o qual eles enfeitarão o ninho.
         

O Bengalin é um pássaro granívoro, por isso deve ser alimentado com uma mistura de sementes (alpiste, senha, painço), verdura (almeirão e chicória), e a famosa farinhada de canário, especialmente na época de reprodução. Para completar, um pote de areia ou pedra para o fornecimento de cálcio e sais minerais para esta ave, ou então, juntar cascas de ovo de galinha, levar ao forno (para esterilizar contra possíveis micróbios) e moer, pondo tudo numa tigelinha dentro da gaiola.
       

 A água do bebedouro deve ser trocada diariamente. E como o Bengalin adora tomar banho, o criador pode colocar na gaiola uma pequena banheira para que ele possa se divertir, tendo o cuidado de trocar igualmente essa água todos os dias. A água, nesse caso, também ajuda a manter a humidade necessária para que os ovos choquem. Só não é bom manter a banheira com filhotes no ninho, pois um deles pode cair e morrer afogado. Da mesma forma, a gaiola e o poleiro devem estar bem limpos. A bandeja precisa ser limpa com intervalos de um dia e o poleiro uma vez por semana (colocando-se, inclusive, um pouco de querosene no corte que fica preso à gaiola, evitando assim a proliferação de piolhos).
         

Feita a separação dos casais e construído o ninho, a fêmea do Bengalin passa por um período de incubação que varia de 13 a 18 dias, ao final do qual chega a botar até 8 ovos. Ela passa a contar também com a participação do macho para chocar os ovos. Nascendo os filhotes, convém reforçar a alimentação com a farinhada de canário. Ao término de 45 dias em média, os filhotes estão prontos para se alimentarem sozinhos e com isso devem ser separados dos pais. Inicia-se todo o processo novamente, contando desta vez com outros exemplares. Em geral, os criadores mais experientes mantêm uma média de 5 casais de Bengalin para cada casal de exóticos (Diamante Gold, Diamante Sparrow, Bavette), aumentado a probabilidade de coincidência entre os períodos de reprodução de uma espécie e outra. O processo todo acontece da seguinte forma: coincidindo a postura de ovos do casal de exóticos e de um dos casais de Bengalin, substitui-se os ovos do Bengalin pelos da outra espécie. Graças a seu instinto, pai e mãe Bengalin chocarão os ovos alienígenas como se fossem seus, sem descuidar dos filhotes durante todo o período de alimentação até chegarem à fase adulta.

Convém, entretanto, dar uma chance aos pais verdadeiros de demonstrar sua paternidade: é sempre bom esperar que o casal exótico choque seus ovos por alguns dias, para que conserve um comportamento mais próximo da natureza. Se isso não ocorrer, então são transferidos para o ninho dos Bengalins, que como sempre, fazem o serviço sem exigir remuneração.

 

 

 

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